A Porta
A única porta que me leva ao corredor,
onde posso ver a velha árvore retorcida.
O céu azul vivo de sempre,
o vento que sopra do norte,
o espaço infinito sobre minha cabeça.
Estou a observar.
Eu aqui preso dentro dos cômodos
me acostumando ao silêncio,
me adaptando ao escuro e vazio
tendo que viver das lembranças do passado
e me aquecendo com a saudade
ou até por vezes a esperança.
Eu lembro.
Paredes ouvem e distorcem o que digo,
pensam, mas pensam errado.
Essas bocas com língua venenosa,
falam em amor
mas os corações dos abutres amam a carcaça
eu não sou caça, não sou caçador
apenas observo do corredor
a imensidão na qual nunca conhecerei
São Bento do Sapucaí-SP, Djalma Demétrio jr. 02/02/2011
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